sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Conhaque

Neste momento, depois de ter passado o natal aqui em casa sozinho, me encontro postando nesse blog com uma dose de conhaque.

Deu vontade de me embriagar um pouco, neste dia de solidão e vazio. Bateu em mim um sentimento de nostalgia e esperança de que estou me transformando. Sim, estou com a sensação de que é questão de tempo que meu coração irá se abrir para uma nova vida, enfim, que irei viver o que não vivi até hj.

Como sempre estou sem palavras pra traduzir o que sinto. Ainda não me soltei totalmente, eu ainda me travo ao me expressar.
Muitas passagens de minha vida rodaram na minha cabeça no dia de hj. Queria passar uma mensagem de otimismo para mim mesmo. Mas sempre há esse resquício de melancolia.
Aliás, conhaque e melancolia combinam.


quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Canção da Realização da Vacuidade

Escute-me, homem afortunado!

Por acaso esta vida não é incerta e ilusória?
Por acaso seus prazeres e alegrias não são como miragens?
Por acaso há alguma paz neste samsara?
Por acaso a sua falsa felicidade não é irreal como um sonho?
Por acaso o elogio e a reprovação não são tão vazios quanto um eco?
Por acaso a mente e o Buddha não são idênticos?
E o Buddha, não é o mesmo que o dharmakaya?
E o dharmakaya, não é idêntico à verdade?

Os iluminados sabem que todas as coisas são da mente;
Portanto, deve-se observar a mente, dia e noite.
Se observá-la, ainda sim nada verá.
Então, fixe sua mente nesse estado, que transcende toda visão.

Não há qualquer entidade própria na mente de Milarepa.
Eu, eu mesmo, sou o Mahamudra,
Porque não há diferença alguma entre a meditação estática e a ativa;
Não tenho necessidade de estados diferentes no caminho.
De qualquer modo que se manifestem, sua essência é a vacuidade.
Não há atenção nem desatenção em minha contemplação.

Experiencie a realização da vacuidade;
Comparado com outros ensinamentos, este é o melhor.
A prática yógica dos canais, ventos e gotas,
Os ensinamentos do karma-mudra e do mantra-yoga,
As práticas de visualização do Buddha e das quatro posições puras
São apenas os primeiros passos do Mahayana.
Praticá-los não erradica o desejo nem o ódio.

Guarde isto que canto firmemente em sua mente;
Todas as coisas são da própria mente, que é vazia.
Quem nunca se separa da experiência e da realização da vacuidade
Realiza, sem esforço, toda a prática de veneração e disciplina.
É nisto que se baseia todo mérito e todo prodígio.

Milarepa
Jetsün Mila - O Poeta do Tibet

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Seja Feliz

Como é bom não ter apego, ter uma admiração sem apego.

Hoje eu vi uma colega de ex-curso no face, postando uma foto com um cara, provavelmente seu atual namorado. Nunca vi uma postagem desse tipo no face dela.
Eu admiro essa colega, ela é bonita, trabalha na televisão (não é uma participação grande, mas é televisão).
Simplesmente fiquei neutro, ou feliz, por saber que neste momento ela se encontra feliz num relacionamento. Poderia ter ficado com inveja.
Mas com ela o sentimento sempre foi esse, de não atração, de admiração. Sei lá porque.

Esse é um sentimento que queria ter para com todos, mas não é assim que minha natureza humana funciona. Às vezes até parece que uma relação sem apegos e fortes emoções não daria certo.
Mas já sabemos o quanto essas fortes emoções podem levar.
Amar com sabedoria traz menos sofrimento, mas parece sem sabor.

Enfim, é esse paradoxo que queria deixar registrado aqui.

Abraço.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Prolixo

Vejo que existe essa prolixidade na forma como eu escrevo e tento me expressar.
Não sei se preciso forçar ser mais sucinto. O lance de escrever aqui é justamente achar um espaço de não julgamento. Onde posso soltar toda a maluquice da minha cabeça, sem pé nem cabeça.

Já temos que ser coerentes demais na vida. Dar satisfação demais... isso oprime muito qualquer indivíduo. Se eu me preocupar em escrever legal, em ser coerente... é fazer o mais do mesmo. Me perderia mais uma vez nos deverias das convenções sociais. Mas quero ser livre e me expressar a vontade.
Sem ter de ser artista... sem fazer arte... porque o artista tem sua função e seus pressupostos. Não quero pressupostos para seguir, para ser.

Deixa eu ser.... é o que eu quero aqui. É o caos, é o desabafo.

Poemas antigos

Hoje achei um caderno desses antigos. Tinha anotações escolares que datava por volta de 2002.
Nessa época eu arriscava escrever algumas poesias, era uma forma que eu tinha para passar o tempo e  uma forma de fuga, de autoilusão, sei lå. 

Tinha anotações de cursinho... fórmulas químicas, desenhos de células, cálculos que eu nunca aprendi a fazer com gosto. 
Resumo essa época simplesmente como um desinteresse total pela vida e com objetivos equivocados. Eu me interessava por Letras, mas depois cismei que tinha que fazer música. Tudo era uma forma de fugir de mim mesmo. 

Não sei explicar o que se passava na minha cabeça nessa época. Nem sei o que passa na minha cabeça até hj. Não aparento nenhum problema mental, mas sinto como se tivesse. Já tomei alguns medicamentos psiquiátricos, mas não suportei. Fiquei pior e parei de tomar os remédios por decisão própria. 

Todas essas experiências guardei apenas pra mim. Principalmente a depressão, eu mesmo tenho dificuldade de lidar com a depressão que vivo, mas ao meu redor...sinto que meus familiares não gostam de falar muito sobre, nem gosta que eu exponha isso. 
Já expus para uma possível amiga minha, na época eu estava começando a conhece-la e tive um interesse a mais. Não queria esconder nada, minhas inseguranças e minhas neuras. Disse pra ela sobre meu problema de antissociabilidade e que eu era depressivo tbém. 
Com o tempo ela se afastou, não sei se por que eu expus isso... mas eu a entendo. 

Todas essas palavras, se reduzem apenas em coisas simples. 
Tenho medos, ansiedades, fragilidades e inseguranças que não consigo lidar. Emoções reprimidas, situações na vida que foram traumáticas e não foram resolvidas. 
É a sensação de vazio e carência extrema, fragilidade grande. Dor, ferida... uma certa fraqueza, um estar na zona de conforto, sem confronto. 

É uma complexidade simples. Um buraco...difícil de lidar. Eu me isolo e isso vai se tornando um abismo sem fim. 
Simples... me sinto incapaz, inseguro, fragil. Sinto medo... 
Mas como toda pessoa em seu cotidiano... tenho que fazer uma cara de que nada está acontecendo. Esconder as feridas em qualquer relação e seguir assim. 


Autocompartilhamento

Caso vc esteja lendo as coisas que escrevo nesse blog...

Senti a necessidade de escrever mais sobre coisas mal resolvidas em mim. Abri essa conta para deixar registrado apenas, coisas que me veem na cabeça e penso, para hora e outra consultar o que eu escrevo.
Não é no intuito de publicar para que tenha leitores, é apenas um diário anônimo pessoal.
Blog é uma ferramenta morta mesmo.